segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

O Casamento Dilma e Joanelson Barbosy. Ou: O Que Vem Por Aí na Economia.

Eu realmente não tomo jeito, e escrevo no blog muito menos do que gostaria ou deveria. Mas vamos lá, dar mais alguns pitacos.

Dessa vez, o post será sobre economia mesmo (tava na hora, né!). 

Enfim. Dilma II, contrariando tudo o que Dilma I prometera na campanha, nomeou uma equipe econômica de corte ortodoxo (o principal nome é Joaquim Levy), um verdadeiro estelionato eleitoral. Mas, se isso é péssimo do ponto de vista dos valores democráticos e da confiança do povo nos seus representantes eleitos, do ponto de vista puramente econômico a decisão foi correta. Caso realmente cumprisse suas promessas de campanha, aí que a situação seria realmente ruim (para a economia).

Quer dizer que agora o Brasil vai voltar aos trilhos e retomar o crescimento? Mais ou menos. Eu, particularmente, duvido um bocado.

Primeiro porque uma andorinha só não faz verão, pra ficar no clichê. Se a equipe econômica de Dilma é decente, o mesmo não se pode dizer sobre o resto do seu gigantesco ministério, que, além de pouco capaz, não tem perfil austero (leia-se poupador do dinheiro do contribuinte). Outro fator é o próprio tamanho do ministério, com 39 pastas! Em terceiro lugar, dada tal diferença de perfis, é evidente que brigas internas irão ocorrer, com Levy e Barbosa* (Nelson Barbosa, ministro do planejamento) de um lado, tentando segurar o cheque, e o resto da turma do outro, querendo cada um mil folhas assinadas e em branco. Meu pitaco é que os gastões levam a parada.

Em quarto lugar, está o como o ajuste fiscal irá ser realizado, com uma pequena parcela de contenção efetiva de gastos e em sua maior parte com aumento de impostos, tarifas, contribuições sobre os já atolados contribuintes. Se o aumento na carga contribuirá para diminuir o rombo fiscal e aumentar a confiança do setor privado, também é verdade que irá cortar a renda do cidadão (que já não é lá aquelas coisas!), diminuindo seu consumo e afugentar investimentos, tanto de brasileiros quanto internacionais, prejudicando a atividade econômica. A depender da sua magnitude, tal efeito desacelerador sobre a economia pode diminuir a vontade da presidente de persistir no ajuste fiscal.

Por último, mas, na minha opinião o fator mais importante, temos justamente Dilma Rousseff. As pessoas tendem a agir com mais ímpeto em prol daquilo em que acreditam, e Dilma Rousseff definitivamente não acredita em na necessidade de um governo fiscalmente responsável, austero. Se ela hoje desposa "Joanelson Barbosy", sua cabecinha só pensa em e seu coraçãozinho bate mais forte é por Guido Mantega, mesmo. Por mais que ele fosse o fantoche da presidente, era um fantoche apaixonado, que seguia gostosamente "o que a mestra mandava". Tanto Dilma quanto Guido pensam igual a respeito da economia e do papel do Estado nela. Ou seja: se ela nomeou uma equipe mais ortodoxa para o segundo mandato, foi por "precisão" e não por "gostosura". O que quer dizer que, na primeira oportunidade concreta, vai dar um pé na bunda do Joanelson e voltar com gosto à gastança desenfreada.

Minha especulação agora é o grau de autonomia que a dupla Joaquim Nelson terá e quanto tempo ela dura no cargo. Infelizmente, acho que não muito para ambas as questões.


* Não inclui o Alexandre Tombini, presidente do Banco Central, na turma "fiscalista" porque esse é mole igual pudim (nada a ver com o tamanho e a firmeza da sua barriga). Não tem autonomia nenhuma, não tem vontade nenhuma, balança pra onde for mandado.

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