quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Joaquim Levy e Seu Saco de Maldades Que Vêm Para O Bem.

Já tá todo mundo sabendo: abriram o saco de maldades: vem aumento (forte) de impostos por aí - conta de luz, gasolina, importações, IPI, transações financeiras (IOF), imposto de renda (vai aumentar a defasagem da tabela) e por aí vai. A nossa vida vai ficar (consideravelmente) mais cara. É a fatura dos 8 anos (o segundo mandato de Lula, em menor grau, e o primeiro mandato de Dilma, com gosto!) de farra na economia chegando. Acharam que dinheiro nasce em árvore, que um país se desenvolve por meio do pensamento positivo, da "querência", sem trabalho duro. Ledo engano!

Mas, como diz o ditado, há males que vêm para bem. "Ah, Bruno, quer dizer que você gosta de impostos altos, é?". Não, não gosto nem um pouco. Por mim eles seriam bem baixinhos, baixinhos, e assim pra todo mundo, não só pra alguns "benzidos", que ganham exonerações. Acontece que eu não gosto nem um pouquinho também de um país quebrado. E é exatamente isso que iria acontecer com o Brasil caso o rombo fiscal (e o resto da bagunça) se mantivesse: quebrar, ir à bancarrota, falir! Deu pra entender?

A partir do segundo governo Lula, sob os auspícios do então (e até outro dia) ministro da fazenda Guido Mantega (a piada), o governo começa a fazer o que realmente gosta: se esbaldar com o dinheiro do contribuinte. 

Se então havia uma forte crise mundial e se há, sim, boas justificativas teóricas para que o governo tenha uma posição fiscal expansionista em épocas de crise, atuando como uma espécie de salva-vidas, também é verdade que essas mesmas justificativas prescrevem que, tão logo a situação normalize e a economia se recupere, o governo deve voltar ao caminho da austeridade e da responsabilidade fiscais. 

Só que, como não poderia deixar de ser, a segunda parte o pessoal convenientemente sempre "esquece" e nunca bota em prática, preferindo seguir se apoiando na muleta do Estado "Delfimniano" - Estado indutor do desenvolvimento¹, quando, no mais das vezes, a única coisa que o Estado realmente induz são crises econômicas) - e continuar a gastar os tubos. O que pode e principalmente o que não pode.

Essa situação se agrava consideravelmente no governo Dilma I, sob o comando da presidenta e o apoio incondicional de Guido Mantega (o paspalho), com mais aumentos nos gastos públicos, contabilidade criativa (leia-se falsa), fechamento da economia aos mercados globais (como esquecer o aumento de 30 pontos percentuais (!) no IPI para carros importados?) intervenções estapafúrdias na economia - como na renovação dos contratos das geradoras de energia, a canetada que diminuiu a conta de luz na marra e os inúmeros pacotes de estímulo econômicos editados, cada um mais fadado ao fracasso que o anterior, bolsa empresário, alta da inflação, o comportamento bovino do Banco Central de Alexandre Tombini, recusando-se a combatê-la como se deve, o represamento de diversos preços, intervenções no câmbio, etc..

Tudo isso, somado, levou o Brasil ao presente estado de calamidade: confiança e o investimento dos empresários em baixa, as contas públicas em petição de miséria, crise energética, inflação alta e resistente, crescimento econômico pífio (quando existente). 

Se fatores externos, como as consequências da crise internacional e a desaceleração da economia chinesa influenciam na má performance do nosso país, a esmagadora maioria da culpa é sim da d. Dilma - basta comparar a nossa situação com a dos nossos parceiros emergentes. Agora, sem ter mais pra onde correr, sob pena de quebrar o país, eis que a presidente se vê obrigada a recrutar uma equipe econômica ortodoxa pra tentar arrumar a bagunça tão defendida por economistas como Delfim Netto (ele de novo!) e Antônio Carlos Beluzzo.

A receita para fazer as coisas entrarem nos eixos não é nem misteriosa e nem muito complexa. Ela pode ser resumida em responsabilidade fiscal, combate à inflação, transparência, isonomia e liberdade. Mas o que tem de simples tem também de difícil, pois conta com uma adversária poderosíssima: a própria Dilma. Se ela nomeou uma equipe ortodoxa para o comando da economia, foi porque precisava, não por convicção. Ela simplesmente não acredita nas medidas que estão sendo postas em prática. Ela acredita é nas medidas do seu primeiro mandato!

Evidentemente, no que compete ao rombo nas contas públicas, a maneira ideal de realizar o ajuste fiscal seria através de um forte programa de austeridade, com cortes bastante expressivos nas despesas do governo. Só que, quais as chances de isso realmente ocorrer no Brasil, ainda mais com o PT, um partido centralizador e crente no poder do Estado na economia,? Zero! Repito: zero! Qual a única outra alternativa, então, para botar as contas em ordem (ainda que temporária)? Sim: meter ainda mais a mão no bolso do cidadão.

Deixo agora explícita a minha posição: por mais que eu deteste o aumento nos impostos, a continuação do (crescente) déficit público teria consequências sobre as nossas vidas ainda mais perversas! Caso o país falisse, o que, na minha opinião era uma possibilidade cada vez mais real, os efeitos sobre o crescimento do PIB, o desemprego, a inflação, a renda das pessoas e o investimento seriam muito piores do que os efeitos deletérios que o aumento nos nossos impostos terá sobre essas mesmas variáveis.

Se o remédio dos impostos tem um gosto bastante amargo, ao menos ele "cura" o cura, permitindo que ele volte à sua vida normal. Por outro lado, a alternativa, o não tratamento da doença, não teria qualquer efeito positivo e certamente levaria, mais dia menos dia, o paciente a óbito.

Agora, só nos resta torcer pelo sucesso dos médicos, que o tratamento seja eficaz e que a medicação não encontre muita resistência no próprio sistema imunológico do paciente, para que, no futuro, ao invés do remédio amargo, nós possamos voltar a comer churrasco e a tomar sorvete (que seja rápido, porque tá um calor danado!).

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