sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Cancela O Churrasco!

Acabou de sair do forno o IPCA-15¹ - considerado uma prévia do índice oficial de inflação, o IPCA -, divulgado pelo IBGE. 

Adivinhem só? A inflação subiu de novo, acelerando de 0,79% em dezembro de 2014 para 0,89% em janeiro deste ano. Compondo o índice acumulado nos últimos 12 meses (encerrados em janeiro de 2015) a alta nos preços da economia brasileira é de 6,69%, muito acima da meta de inflação do país. 

Lembremos, meus caros, a meta oficial é 4,50% ao ano e não 6,50%! Esses dois pontos percentuais para mais ou para menos são uma banda de tolerância para a meta, de modo a comportar choques bruscos e inesperadas na economia. São um limite de descumprimento aceitável da meta que, repito, é 4,50%. Esse é o valor que chamam na imprensa de "centro da meta". Centro da meta uma ova! 4,50% é a própria meta. 6,50% é só o limite máximo da cagada tolerável, com o perdão da palavra, criado de modo a permitir que o país suporte pancadas sem maiores consequências adversas e não para acomodar a completa incompetência e subserviência dos responsáveis por zelar pelo valor do Real.

Mas volto ao eixo (e explico o título). Dentre todos os bens de consumo que compõem a cesta cujo valor é pesquisado pelo IBGE, qual grupo deles teve o aumento mais importante para a alta geral do índice? Alimentação e bebidas e, dentro dele, a carne!, com aumento de 1,45% no período. Outros alimentos que tiveram aumento significativo de preços foram a batata-inglesa (32,86%) e o feijão carioca (24,25%).

Por que isso me irrita profundamente? Justamente porque o que mais está aumentando de preço é a comida. No Brasil, com população ainda majoritariamente pobre ou pouco melhor que isso, o aumento (constante) nos preços dos alimentos é moralmente criminoso, doloso, pois significa que as pessoas terão mais dificuldade de colocar comida no prato, com consequências adversas sobre todos os aspectos da sua vida.

Ao contrário da campanha eleitoral de Dilma, a sumida, não é a independência do Banco Central que faz sumir comida da mesa, é a inflação, que seu governo deixou comer solta por 4 anos. Tivéssemos um BC formal e verdadeiramente independente, aquele pudim do Alexandre Tombini jamais teria presidido o banco (pudim porque não tem consistência nenhuma, é um pau mandado, nada a ver com o tamanho da sua pança).

E não vamos nos esquecer de que tudo isso aconteceu no governo daquela que, juntamente com seu grupo político, sempre posaram de os únicos defensores dos pobres e miseráveis no Brasil. Mentira! Agora é aguentar o tranco e torcer para que as medidas econômicas amargas que estão sendo colocadas em prática sirvam, ao menos, pra colocar a casa minimamente em ordem. E claro, cancelar o churrasco, porque tá muito caro!








¹ Suponha que atualmente estamos no mês de setembro. A diferença entre o IPCA-15 pro IPCA é o período de coleta dos dados. Enquanto no IPCA o período iria, no nosso exemplo, do dia 01 ao dia 30 de setembro, no IPCA-15 o período seria do dia 15 de agosto ao dia 15 de setembro. Quem quiser saber mais é só entrar em www.ibge.gov.br, na sessão "indicadores", e acessar o IPCA - INPC e o IPCA-15 para verificar as metodologias. ;) 

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