sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Dança Das Cadeiras. Ou: Mais Do Mesmo.

A Petrobras confirmou, hoje à tarde, Aldemir Bendine como seu novo presidente. O nome foi apontado pela presidente Dilma Rousseff. Oriundo do Banco do Brasil – onde também exercia a presidência da instituição –, Bendine é figura pública completamente inexpressiva e, só não completamente desconhecida do grande público, pois seu maior mérito à frente do BB foi ser suspeito de ter interferido na concessão de um empréstimo milionário em condições pra lá de camaradas à sua amiga socialite Val(direne) Marchiori. Empréstimo que agora é alvo de investigação por parte do Ministério Público. 

Obviamente, a decisão de Dilma Rousseff é completamente desastrosa para a empresa. Só para recapitular: a Petrobrás, maior empresa pública brasileira, enfrenta uma crise de proporções homéricas (leia-se perda de bilhões de reais entre roubos e prejuízos) que sangram o caixa, a confiança dos investidores e os ativos da empresa e, fosse ela uma empresa privada, já a teriam levado a beijar a lona  por muito menos sua “prima” OGX foi a nocaute.

Seria de se esperar, portanto, para o comando da estatal, um nome que exalasse força, autoridade e competência, de tal modo a sinalizar a vinda de novos tempos, de gestão mais profissional e técnica na empresa e recuperar ao menos uma parcela da confiança dos investidores.

Aldemir Bendine não transmite nada disso, pelo contrário. De acordo com Álvaro Bandeira, em declarações à Reuters, em matéria publicada pelo UOL: "'o Bendine é uma pessoa muito identificada com a primeira gestão do governo Dilma. O BB foi absolutamente comandado pelo governo na primeira gestão, e a Petrobras precisaria de alguém mais independente, que peitasse o governo em determinadas situações e não fizesse loteamento de cargos'". Resumindo: o executivo é encarado como um pau mandado do governo.


Logo após sua nomeação e confirmação no cargo, os papeis da empresa – que haviam disparado e depois se estabilizado com o anúncio e confirmação da renúncia de Graça Foster – começaram a derreter novamente. Só hoje, suas ações fecharam com um tombo de mais de 6%. Mas é como diz o ditado: “nada está tão ruim que não possa piorar”. E, com essa decisão, vai piorar. Coitada da Petrobras, deixada à mercê de um bando de incompetentes e larápios!




ps. Suspeito que a "presidenta" tenha conseguido a proeza de errar duplamente, com Bendine. Seu nome certamente não agrada a direita e creio que também não deverá agradar a esquerda.

Nenhum comentário:

Postar um comentário