quarta-feira, 4 de março de 2015

O Brasil Subiu No Telhado.

Pois é, o Brasil subiu no telhado! É inflação alta, recessão econômica, mega escândalo de corrupção, crise política e, no meio disso tudo, uma presidente que mal consegue construir uma frase com sujeito e predicado. A coisa tá preta. 

Mas, como nada está tão ruim que não possa piorar, eis que leio no blog do Reinaldo Azevedo - de Veja - que Joaquim Levy não gostou nada nada da devolução, por parte de Renan Calheiros, presidente do Senado, da Medida Provisória que continha o aumento dos encargos trabalhistas, parte do ajuste fiscal promovido pelo ministro, e mandou o recado: se não tiver ajuste fiscal, eu pulo fora do barco!

Quem me conhece um pouquinho melhor sabe que têm poucas coisas que eu gosto menos que impostos. E o Brasil já tem uma carga tributária pra lá de alta. Aumentá-la, portanto, é algo que não me deixa nem um pouquinho contente. No meu mundo ideal, o ajuste seria feito única e exclusivamente pelo corte de gastos públicos, sem um centavo de aumento de impostos. Mas e daí? Não vivo no mundo que eu quero, vivo no mundo que há e no mundo que há o grupo político que está no poder e muito especialmente Dilma Rousseff não acreditam na iniciativa privada, em um Estado enxuto, pequeno, em privatizações - sim, pro meu gosto, privatizava não somente a Petrobras, privatizava também o Banco do Brasil, o BNDES, a Caixa Econômica Federal, a Eletrobras, as estradas, os portos e aeroportos, os museus e até os hospitais, as escolas e as universidades -, austeridade, nada disso. Eles gostam mesmo é de um Estado grande, perdulário, patrimonialista, balofo.

Mas pior do que a elevação na carga tributária de um país com impostos estratosféricos é um país com impostos estratosféricos e quebrado. Já que até as amebas sabem que esse governo não vai cortar fundo na carne, no máximo um arranhãozinho (as reduções anunciadas nos gastos públicos serão a "esmagada minoria" do total do ajuste fiscal), o jeito é ficar com o mal menor. Na falta do bom, a gente escolhe o menos ruim. É nesse exato sentido e medida o meu apoio às medidas tomadas por Joaquim Levy, o único ainda com credibilidade nessa turma e, dentro da sua área de atuação, com a possibilidade de botar alguma ordem nessa quizumba. E que agora ameaça pedir o chapéu.

A situação do planalto no congresso é extremamente complicada, a articulação política é pior do que lixo (não serve nem pra ser reciclada); é real a chance de as medidas de ajuste não serem aprovadas. Caso elas sejam rejeitadas e o ministro da fazenda não dê para trás e peça pra sair, é certo como dois mais dois são quatro que a crise irá se agravar bastante, com (mais) fuga de investidores, contração no consumo, desancoramento das expectativas de inflação, queda nas notas de rating... Enfim, o país piorará ainda mais.

O Brasil subiu no telhado. Resta agora saber se irá descer ou cair lá de cima.

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