quarta-feira, 9 de julho de 2014

Delfim e o animal inteligente. Ou: #ficadica

Depois de um longo e tenebroso inverno, voltamos à ativa!

Li no blog do Rodrigo Constantino comentário sobre o texto do Delfim Netto na Folha. Depois, obviamente, fui lá e li a referida coluna e... Discordei logo de cara! Começa Delfim:

Hoje somos todos "marxistas", exatamente como somos cartesianos, kantianos, weberianos, keynesianos, einstenianos e assim por diante. Para qualquer animal inteligente na segunda década do século 21, Marx é necessário, mas não suficiente.

"Devagar com o andor que o santo é de barro!", como diria minha amada mãe. Não sou um gênio, mas me considero um animal razoavelmente inteligente e nem por isso acho Marx "necessário". De fato, considero Marx, no mínimo, desnecessário, quando não pernicioso mesmo! E não estou falando do revolucionário, que até Delfim condena, falo do teórico econômico mesmo. Um dos pilares, se não "o" pilar, da teoria econômica marxista, a mais-valia, é, sinceramente, uma besteira gigantesca, monumental, estratosférica, ímpar, pantagruélica! Resumindo, é uma baboseira sem pé nem cabeça e nem sentido.

Depois, segue Delfim afirmando que de sua teoria sobraram "sólidos resíduos, incorporados definitivamente à consciência da humanidade" (???), e que hoje já estão perdendo a identificação com o autor que os criou por estarem se diluindo no caldo que "se supõe ser o estoque das 'verdades' que conhecemos", verdades entre aspas mesmo, de quebra dando a entender que a verdade verdadeira mesmo (e por favor me perdoem a tautologia) é algo assim que, "na real", não existe (ou ainda que seja algo que nós humanos não possamos, de fato, conhecer)!

Mas por outro lado, pensando bem... Taí! Nisso eu posso concordar com o Delfimzão! Na cultura humana estão "submersos" tanto verdades quanto mentiras e o marxismo, adivinhem!, faz parte do conjunto de mentiras.

Por fim, diz Delfim:

A miséria humana não é produto da propriedade privada, pelo menos não exclusivamente.

Sempre que leio ou ouço alguém condenando a propriedade privada como causa, ainda que parcial, da miséria e da pobreza dos seres humanos me dá um faniquito intelectual. Esse pessoal acha, ainda que não tenha totalmente consciência disso, que a riqueza nasce do "éter", que ela está ali, sempre esteve, e simplesmente foi apropriada por uns poucos, demandando, portanto, sua distribuição equitativa. Ignoram, ou fingem ignorar, que a riqueza não se cria sozinha, que ela é, ao contrário, produto da criatividade e da ação humanas. Esquecem-se de fazer o "antes e depois" da humanidade, no tempo. A humanidade, ao menos a esmagadora maioria dela, sempre foi pobre, pobre, pobre de marré deci. Foi justamente a, adivinhem!, propriedade privada que permitiu a criação gigantesca de riqueza e, que coisa não!, que ela se espalhasse por uma humanidade que, ainda por cima, aumentou enormemente de tamanho.

Qualquer animal inteligente na segunda década do século 21 joga Marx na lata do lixo. #ficadica Delfim ;)

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