sexta-feira, 23 de agosto de 2013

A Ciência Econômica

Bem pessoal, vamos ao trabalho então!

Alerta: vai ficar (muito) grande hehe

Nesse segundo post irei falar sobre o que, para mim, é afinal de contas a Ciência Econômica, e porque é extremamente importante estudá-la. Vocês, talvez, irão se surpreender um pouquinho com a resposta - eu mesmo me surpreendi bastante quando vim a saber o que realmente era a Economia.

Sempre que alguém houve a palavra "economia" (e se discordam de mim, por favor se manifestem), é imediatamente remetido a taxa de desemprego, inflação, taxas de juros, Banco Central, bolsa de valores, mercado financeiro, câmbio, investimento, crescimento, PIB, ficando com a impressão de ter entrado em um labirinto de conceitos tanto misteriosos quanto complexos. Mas então, Economia, é isso? Não!! Ou melhor, também é! A Econômica é, na realidade, algo muito mais básico, simples e fascinante. O objeto de estudo da Ciência Econômica somos nós! Sim, eu, você, seu vizinho, seu(a) namorado(a), seu chefe e até mesmo a sua sogra! 

A Economia é o ramo de estudos que investiga o comportamento econômico dos indivíduos. De acordo com Schumpeter¹, o comportamento econômico é aquele "dirigido para a aquisição de bens". Com outras palavras, o indivíduo, e seu comportamento ao lidar com seus bens e serviços é o grande interesse da Economia, que busca compreender quais variáveis o controlam, a quais impulsos e desejos os seres humanos atendem ao adquirir um produto ou serviço, quais são seus objetivos, e o que determina seu acesso a tais bens, tanto em termos de quantidade quanto de qualidade.

E daí vem sua extrema importância, pois todos nós sabemos como tanto a quantidade quanto a qualidade dos bens e serviços que podemos usufruir afetam, sim, e muito!, o nosso bem-estar. A Economia reconhece, enfim, a importância da "matéria" para o bem-estar e felicidade das pessoas - sem com isso negar a existência do espírito, fica a cargo de cada um crer ou não na sua existência; eu acredito.

A economia (minúsculo), portanto, é o conjunto formado pelas ações humanas que visam a produção e aquisição de produtos e serviços. Ela compreende as regras, as negociações e a transações nas quais as pessoas engajam-se com esse fim. A Economia (maiúsculo) é o campo de estudos que investiga e busca compreender essas ações.

Desse objetivo, então - entender as escolhas materiais dos seres humanos -, surgem todos os inúmeros campos da investigação econômica. E nessa empolgante pesquisa, temos auxílio de uma das maiores criações da mente humana: a matemática!

E por isso, gosto eu de pensar, se não é uma propriamente exata, a Economia é uma ciência "quase exata". Quase exata pois, se nosso comportamento não é determinístico como o é a lei da gravidade, seguimos padrões de comportamento bastante estáveis. Sim, podemos mudar nosso modo de agir e pensar, mas essa mudança nunca é aleatória e imotivada e tende a dar-se de forma gradual. E isso nos permite equacionar nossas atitudes, e por equacionar eu quero dizer, literalmente, transformar nosso comportamento em uma equação matemática. Não deixa de ser um tanto melancólico saber que boa parte do que o ser humano é pode ser sintetizado em meia dúzia de linhas, e que tal resumo funciona bastante bem (por outro lado, fôssemos seres completamente imprevisíveis, a vida em sociedade seria simplesmente impossível).

E o principal, senão único propósito que nós perseguimos ao comprar bens e serviços é: bem-estar e felicidade, que nós economistas chamamos no jargão de "utilidade". Esse é o grande objetivo a guiar e impulsionar nossas escolhas materiais. A nós humanos não nos basta apenas viver, queremos viver bem! Se comer um sanduíche me provoca mais bem-estar (ou me dá mais utilidade) que comer uma maçã, eu irei comer o sanduíche e não a maça. Simples não? Sim! E bem, ISSO é Economia! Todo o resto vem daí.

E é sobre esse resto que eu vou falar um pouquinho agora. Atualmente a Economia divide-se em basicamente 3 grandes áreas: microeconomia, macroeconomia e história econômica. Vou dar agora uma pequena explicação das duas primeiras, por serem o foco desse blog.


Microeconomia

A "micro" busca compreender e explicar o comportamento tanto de um único indivíduo quanto de um grupo de pessoas, unidas pelo interesse comum em um bem ou serviço em particular - quer seja interesse em comprar tal bem ou serviço ou em vendê-lo, formando um conjunto o qual chamamos "mercado": mercado de carne (ou seja, o conjunto das pessoas que compram e vendem carne), mercado de trabalho (conjunto das pessoas que compram e vendem trabalho), mercado de roupas, mercado de computadores, mercado de drogas, e por aí vai, mercados do que quer que seja passível de ser comprado e vendido.

Fica fácil de entender se você lembrar de supermercado, que é onde vários mercados reúnem-se em um lugar só (por isso o "super").

A microeconomia, por sua vez, divide-se em um sem número de especializações, das quais só vou mencionar algumas; futuramente pretendo me aprofundar em algumas delas: microeconomia individual (teoria do consumidor), microeconomia empresarial (teoria da firma), economia comportamental, economia do trabalho, economia agrícola, economia da saúde, economia da informação... cada uma delas se especializando em uma faceta do comportamento individual ou em um mercado específico.


Macroeconomia

A "macro" olha para o todo, para o conjunto das transações efetuadas por vendedores e compradores. Ela agrega todas as pessoas na sociedade e analisa quais os fenômenos que daí surgem. PIB, crescimento, desemprego, inflação, taxas de juros, taxa de crescimento populacional, taxa de câmbio, todas essas são variáveis macroeconômicas. É ela que sempre aparece nos jornais, revistas, programas de televisão e gera acalorados debates. Apesar da minha maior predileção estar na microeconomia, esse blog irá discutir principalmente fenômenos macroeconômicos, pois afetam a todos de maneira mais ou menos homogênea.

Para entender a relação entre a micro e a macroeconomia, pense na economia como um relógio. A microeconomia estuda individualmente cada uma de suas engrenagens, sua forma, posição, função, e por aí vai. A macroeconomia estuda o relógio inteiro, montado, bonitinho, seu funcionamento ou não, e possíveis alternativas de conserto para eventuais defeitos. Ou ainda podemos olhar a microeconomia e a macroeconomia como se fossem o microscópio e o telescópio. A micro é o microscópio, olha para as bactérias, vírus, moléculas e, nos casos mais avançados, átomos. Já a macro é o telescópio, e serve para olhar os planetas, sistemas solares e galáxias. Apesar de se interessarem por objetos distintos, e em boa parte usarem de métodos de análise diferentes, ambas estão intimamente relacionadas. De fato, um dos campos de pesquisa econômica mais recentes busca estudar os fenômenos macroeconômicos usando técnicas e argumentos da microeconomia.


Temos a história econômica, que estuda os sistemas econômicos do passado, bem como procura entender e explicar os acontecimentos passados através de argumentos econômicos e a evolução da economia no tempo. E ainda temos a área de mercados financeiros - a meu ver um ramo da microeconomia (que mencionei à parte devido à sua grande independência em relação a microeconomia). A economia financeira estuda e busca entender como e porque as pessoas abdicam de consumo no presente por consumo no futuro, o valor das coisas no tempo e nos dá técnicas para avaliar e transformar um produto ou serviço hoje em um produto e serviço (frequentemente o mesmo) amanhã.

Bem, é isso o que eu entendo ser a Ciência Econômica. Agora me digam vocês o que acharam!





¹ SCHUMPETER, Joseph Alois. Teoria do Desenvolvimento Econômico: Uma Investigação Sobre Lucros, Capital, Crédito, Juro e o Ciclo Econômico. São Paulo: Nova Cultura, 1997. (Os Economistas)

Para quem se interessar e quiser saber um pouquinho mais sobre quem foi Joseph A. Schumpeter, segue o link do artigo na Wikipedia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Joseph_Schumpeter

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Apresentações

Vamos às devidas apresentações: me chamo Bruno Assunção e criei este blog para falar, explicar e dar a minha opinião sobre economia, especialmente a brasileira.

Sou liberal, ou seja, eu acredito e defendo o "laissez-faire", porque para mim os indivíduos são um fim em si mesmos e devem ser os senhores das próprias vidas, e desde que não concorram para prejudicar os demais indivíduos, devem ser totalmente livres para pensar e fazer o que bem entenderem. Acredito e defendo também a propriedade privada e a economia de mercado, pois as considero condições essenciais para que as pessoas possam efetivamente ser donas de si próprias.

Desnecessário dizer, portanto, que este blog, sendo pessoal, emitirá seus julgamentos de valor a respeito da condução da economia tendo por base esse ideário.

Sempre que for necessário e\ou conveniente, recorrerei à teoria econômica para basear meus argumentos e opiniões, mas pretendo fazê-lo da forma mais simples e didática possível - sem com isso comprometer o rigor e a precisão - pois este blog não foi pensado para ser voltado apenas à economistas. Com ele, pretendo debater com todos aqueles interessados (não importando qual sua área original de especialização), para que toda e qualquer pessoa que desejar possa compreender a economia, suas leis, quais forças a regem e influenciam, e em qual magnitude o fazem.

Conto com vocês também, leitores, com suas opiniões, dúvidas, críticas e sugestões (também aceito elogios hehe), para travarmos um debate interessante e mutuamente proveitoso.

Este blog não tem um roteiro pré-estabelecido, comentando os assuntos conforme eles ganhem meu interesse e me pareçam mais relevantes. Porém, caso tenham alguma curiosidade em um assunto específico, sintam-se mais do que livres para sugerirem um tema!

Não posso garantir um ritmo de atualização do blog, mas pretendo publicar novos posts da maneira mais rápida possível.

Os comentários serão moderados de modo a manter o nível civilizado do debate, mas isso definitivamente NÃO quer dizer que somente aqueles que concordarem com a minha visão serão publicados. Avaliações e opiniões divergentes são mais do que bem vindas neste espaço.

Dito isso, é só. Até logo pessoal! E sejam muito bem-vindos!